quinta-feira, 8 de setembro de 2011

da ideia clássica do clássico

Predomina em Portugal - ideal amplamente divulgado nos chamados fashion blogs - de que o clássico se apresenta como o sinónimo exclusivo do bom-gosto. Naturalmente que um traje clássico é facilmente associável ao requinte, mas o associável não se deveria traduzir por obrigatoriamente. Primeiro, porque não raras vezes o clássico é tomado como um conforto estético, isto é, como uma segurança na escolha da indumentária, suas cores e corte. Um clássico é intemporal e não deixa ninguém mal. Claro que isso não significa «vestir bem». Segundo essa ordem de ideias, os fashion blogs nacionais (lato senso) deveriam ser chamados fashion classic blogs, o que não é um exercício de semântica uma aprimoração da expressão da essência real dos mesmos.

Note-se, não tenho nada contra um estilo clássico, faço questão, contudo, é de salientar que o clássico não é sinónimo exclusivo de bom-gosto. Naturalmente que os modelos Carrie Bradshaw e Charlotte se globalizaram, ao mesmo tempo que há uma padronização social - particularmente lisboeta - de classe e bom-gosto que é expressa nos blogues portugueses. Mas o problema está, todavia, no outro lado da barricada. É que não raras vezes o oposto ao fashion classic está demasiado colado/minado de falhas estéticas, bem visíveis nos imitadores de um bem parolo Cristiano Ronaldo. Há, sem dúvida, outros estilos de trajar. Embora tenha de notar que o clássico português, particularmente nas mulheres, começa a tender para um classic very fashion o que empurra o clássico para fora das suas fronteiras convencionais.

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