Os livros foram e são uma marca indissociável da cultura ocidental. Foram as letras impressas que fermentaram um modus vivendi, um ethos e um saber tipicamente europeu. São pois as folhas presas umas às outras, encadernadas das múltiplas formas, que transformam palavras soltas em narrativas.
Pesem as marcas estéticas tão apelativas, o livro tem uma função essencialmente promotora. Promotora de conhecimento, de lazer e de imaginário.
Mas a estética nunca esteve de fora, é um facto. As belas lombadas sempre embelezaram uma estante. A isso se junta o cheiro do papel, o folhear, o sentir entre os dedos o papel de tinta presa. Será que o livro digital irá matar o impresso? Essa é a grande questão literária do nosso tempo. Para já parecem ser mercados paralelos, mas à medida que cada vez mais pessoas tiveram dispositivos como os ebook readers ou os tablets, o livro impresso poderá ver-se ameaçado. Quão grave é isso? Bem, é difícil prever. Pelo menos podemos assumir que o mercado livreiro será certamente diferente. Os livros serão mais dinâmicos mas perde-se-à a relação direta com o papel. Ganha-se na propagação. Acredito que com os ebooks cada vez mais pessoas passaram ou voltaram a ler, ao mesmo tempo, os livros digitais são também mais apelativos aos jovens, fomentando hábitos de leitura onde outrora não havia. E não é essa função do livro? Sem dúvida que sim. Portanto, se coisas más há no fim do livro físico, a democracia do preço e da divulgação dos ebooks tem a capacidade de fazer cumprir a missão da literatura.
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